O Estrangeiro - Albert Camus
Um narrador-protagonista indiferente a determinadas expressões de sentimentos bem marcadas pela cultura ocidental. Não leva em consideração valores morais, nem adota atitudes esperadas pela sociedade. Às vezes parece não entender esses valores, outras vezes parece não querer compreendê-los. Um estranho, um estrangeiro. Mas não totalmente, pois tem plena consciência de seus atos e dos modos como articula seus pensamentos. O leitor é carregado para a peculiar concepção de relações humanas do narrador, percebendo que há uma lógica racional, que é a de não enganar a si e ao outro, a de não fingir ser o que não é, a de não mascarar emoções e impulsos, por mais brutais que eles sejam. É um personagem contraditório, como todo mundo pode ser. Em diversas passagens, explicita como se vê e como se sente. São as fronteiras entre o humano e o desumano, o egoísmo e o desinteresse, o impulso e a passividade, o unívoco e o contraditório, que ficam evidenciadas nessa obra. O Estrangeiro , publicad