O Estrangeiro - Albert Camus
Um
narrador-protagonista indiferente a determinadas expressões de sentimentos bem
marcadas pela cultura ocidental. Não leva em consideração valores morais, nem
adota atitudes esperadas pela sociedade. Às vezes parece não entender esses
valores, outras vezes parece não querer compreendê-los. Um estranho, um
estrangeiro. Mas não totalmente, pois tem plena consciência de seus atos e dos
modos como articula seus pensamentos. O leitor é carregado para a peculiar concepção
de relações humanas do narrador, percebendo que há uma lógica racional, que é a
de não enganar a si e ao outro, a de não fingir ser o que não é, a de não
mascarar emoções e impulsos, por mais brutais que eles sejam. É um personagem
contraditório, como todo mundo pode ser. Em diversas passagens, explicita como
se vê e como se sente. São as fronteiras entre o humano e o desumano, o egoísmo
e o desinteresse, o impulso e a passividade, o unívoco e o contraditório, que
ficam evidenciadas nessa obra.
O
Estrangeiro, publicado em 1942, é obra escrita pelo
francês argelino Albert Camus, prêmio Nobel de Literatura em 1957. Tem menos de
130 páginas.
Livro
incrível, para ser lido e relido.
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